Estudo sobre as doutrinas e os ensinos do Metodismo no despertar espiritual do Século XVIII
Prefácio
O volume que agora publico encerra o conteúdo das lições dadas, em 1904-1905, aos alunos da Escola de Teologia Metodista, sobre a direção do Pastor Onésime Prunier. O modo de composição dessas páginas explica suas lacunas e os seus defeitos. Este não é um estudo aprofundado da teologia wesleyana e das pesquisas feitas nos diversos ramos do Metodismo. Para realizar essa tarefa, necessitei de outros auxílios físicos e intelectuais que são a consolação de um octogenário, mesmo privilegiado. Tudo o que fiz foi adicionar às aulas de 20 anos atrás, alguns estudos emprestados dos teólogos metodistas franceses e ingleses, a maioria pouco conhecido, mas também de outros já celebrados. Estes fragmentos talvez dê a este livro um caráter de modernidade (não modernismo) que faltava-lhe na sua forma primitiva e proporcione um pouco mais de variedade, tornando-o mais acessível aos leitores não teólogos.
No momento de me separar deste trabalho, permitam-me lançar um olhar retrospectivo sobre uma parte da obra da minha vida em que este livro delimita o término. Uma parte da minha vida de estudos foi dedicada a contar a história do despertamento metodista, e principalmente divulgar o que Wesley fez e ensinou, se isso me atreve a aplicar ao discípulo o que Lucas disse de seu Mestre (Atos 1.1).
O que Wesley fez ocupou-me uma longa sucessão de anos e inspirou o livro onde eu tentei fazer reconhecido este homem de Deus, que era pouco conhecido e ainda muito mal compreendido nos nossos países francófonos. O livro João Wesley, sua vida e sua obra[1], teve quatro edições desde 1868 onde ela apareceu pela primeira vez.
O que Wesley ensinou é o tema deste novo volume. “Este livro, se eu tentasse escrever para um amigo, não o conseguiria fazê-lo se eu tivesse menos de vinte anos, com a minha felicidade doméstica intacta. Da maneira como eu o escrevi, este trabalho não existiria, e agradeço a Deus por ter sido capaz de concluí-lo; ele é a pedra de esquina do edifício que Deus permitiu-me construir, não para a glória de Wesley, mas para a glória dAqule que foi um dos seus mais eminentes servos.”
—Matthieu LELIÈVRE
Sainte-Adresse (Le Havre)
12 de março de 1924
[1] Publicado no Brasil pela Editora Vida
Editora Sal Cultural 